Eleições 2012: "Ficha Suja" assusta políticos mato-grossenses
Valdemir Roberto
Da Redação
As eleições municipais deste ano prometem surpresas para o eleitor e
muita revolta por parte de políticos tidos “caciques” em suas regiões e
campeões de votos, mas que enfrentaram ou estão enfrentando problemas de
corrupção, desvio de caixa e outras arbitrariedades. É que pela
primeira vez na história política do Brasil, só poderão disputar o
pleito eleitoral quem tiver ficha limpa, ou seja não estiver enfrentando
problemas na Justiça ou que tenha sido condenado em alguma instância.
Esta mudança, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal, que acaba com
o Ficha Suja, pode mudar o cenário político do país. Em Mato Grosso a
história não é tão diferente dos outros estados da Nação. Vários
gestores, considerados “bons de votos” estão preocupados. E eles não vão
encontrar vida fácil em suas trajetórias. O Tribunal Regional Eleitoral
e o Movimento de Combate a Corrupção no Estado prometem fiscalização
rigorosa e a divulgação constantes dos Fichas Sujas.
Em um primeiro levantamento já se sabe que dos 141 municípios do
Estado, pelo menos 22 estão com gestores – prefeitos e presidentes de
Câmaras Municipais em situações criticas. Um levantamento feito pelo
MCCE no Tribunal de Contas do Estado mostra as contas de 2010 julgadas
irregulares pelo TCE implicam em problemas para os gestores das cidades
de Barra do Bugres, Castanheira, Chapada dos Guimarães, Cocalinho,
Cuiabá, Diamantino, Figueirópolis D'oeste; Guiratinga; Juruena,
Juscimeira, Luciara, Nova Brasilândia, Nova Olímpia, Novo Mundo, Novo
Santo Antônio, Porto Estrela, Rondolândia, Santo Antônio de Leverger,
São Felix do Araguaia, São Pedro da Cipa, Tesouro e Vila Bela da
Santíssima Trindade. Estes gestores, poderão ficar impedidos de disputar
eleições pelos próximos oito anos.
Mas o desespero não atinge apenas políticos municipais. Atinge
também deputados estaduais e federais de Mato Grosso. De acordo com o
Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral no Estado, vários
parlamentares estão na lista dos inelegíveis por ocorrências na Justiça e
nos tribunais. O Cadastro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também
destacada as decisões judiciais dos tribunais. O sistema traz
informações sobre processos já julgados, nos termos da Lei nº 8.429/92 -
Lei de Improbidade Administrativa (LIA).
Segundo o MCCE estão relacionados os deputados Airton Português
(PSD), Antônio Azambuja (PP), Guilherme Maluf (PSDB), Hermínio J.
Barreto (PR), João Malheiros (PR), José Domingos Fraga Filho (PSD), José
Geraldo Riva (PSD), Mauro Savi (PR), Percival Santos Muniz (PPS),
Ságuas Moraes (PT) e Sérgio Ricardo (PR). Também figuram na lista os
deputados federais Carlos Bezerra (PMDB), Eliene Lima (PSD), Pedro Henry
(PP) e Wellington Fagundes (PR), além do senador Jayme Campos (DEM).
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