Forças políticas se reacomodam para eleições de 2012 no Rio
Por: Maurício Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual
Publicado em 27/04/2011, 15:10
Última atualização às 17:48
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, é visto como favorito para a eleição municipal de 2012 (Foto: Sergio Moraes/ Reuters)
Rio de Janeiro – A direção regional do PMDB do Rio de Janeiro deve
confirmar, ainda nesta semana, a expulsão da prefeita de Campos (RJ), a
ex-governadora Rosinha Garotinho, das fileiras do partido. A decisão,
tomada inicialmente pelo diretório do PMDB na cidade do Norte
Fluminense, aconteceu porque, nas eleições do ano passado, Rosinha teria
se recusado a fazer campanha pela reeleição do governador peemedebista
Sérgio Cabral. Naquela ocasião, segundo o PMDB, "a prefeita apoiou
abertamente o candidato Fernando Peregrino, do PR", mesmo partido de seu
marido, o deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho, e de sua
filha, a deputada estadual Clarissa Garotinho.
A expulsão de Rosinha é o mais recente movimento de uma reacomodação de forças políticas que ocorre no Rio de Janeiro, motivada pelas eleições municipais do ano que vem. Com a provável ida da ex-governadora para o PR, os Garotinho estarão definitivamente livres do PMDB e novamente no comando de uma legenda para negociar alianças eleitorais. A principal delas pode ser uma surpreendente parceria com adversários históricos: o ex-prefeito Cesar Maia e família, acossados pelo recente mau desempenho nas urnas e pelo desgaste provocado no DEM pelo surgimento do PSD.
A meta principal de Cesar e Garotinho é construir uma candidatura capaz de fazer frente ao favoritismo do prefeito do Rio, Eduardo Paes, em sua tentativa de reeleição e, conseqüentemente, abalar a hegemonia de Cabral e do PMDB na política fluminense. Por isso, os dois esqueceram os últimos 15 anos de ataques mútuos e articulam uma chapa conjunta entre DEM e PR que teria seus respectivos filhos – o deputado federal Rodrigo Maia e a deputada estadual Clarissa Garotinho – como candidatos a prefeito e a vice.
Nas três últimas semanas, Rodrigo e Garotinho encontraram-se ao menos duas vezes para tratar de política. No fim de março, uma reunião mais ampla teria contado também com as presenças de Cesar, Clarissa e Rosinha. O deputado federal do DEM não esconde a tentativa de aliança: "Quem está na oposição deve procurar uma estratégia, isso é natural. Esperamos estar juntos com o PR na capital e em outros municípios. As definições deverão ocorrer no segundo semestre, mas a chapa conjunta na capital pode existir", diz Rodrigo Maia.
A aposta é alta. Nova derrota nas eleições municipais de 2012 pode relegar Cesar e Garotinho de forma definitiva a um segundo plano da política nacional. No caso do ex-prefeito, existe ainda o fantasma da desintegração do DEM, que já começa a perder para o recém-criado PSD alguns quadros importantes no Rio, como os deputados federais Arolde Oliveira e Solange Amaral. A saída mais emblemática de um demista fluminense rumo ao PSD, no entanto, foi a do ex-deputado Indio da Costa, que foi candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra (PSDB) nas últimas eleições.
Indio era considerado um candidato em potencial do DEM para enfrentar Paes, mas sua ida para o PSD embaralha novamente as cartas da sucessão municipal. Não está descartada a possibilidade de uma candidatura própria, mas tudo indica que o PSD no Rio deverá ter como objetivo engrossar a base de apoio ao governo estadual. Se isso ficar acertado, é possível que Indio seja candidato a vice na chapa de Paes: "Ainda não tomei nenhuma decisão sobre às eleições municipais", desconversa o ex-demista.
O desenho dessa reviravolta começou a ser esboçado na primeira semana de abril em São Paulo, quando o prefeito paulistano Gilberto Kassab reuniu-se com Indio e Paes, além do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, para tratar do apoio à reeleição do prefeito carioca. Essa definição, assim como no caso da aliança entre os Maia e os Garotinho, não acontecerá de forma precipitada, mas não será mais surpresa se surgir uma (até pouco tempo atrás, impensável) chapa reunindo Eduardo Paes e Indio da Costa.
Os principais avalistas do apoio a Paes neste momento são o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, atualmente secretário da área no estado. Se optar pela candidatura própria, os nomes fortes no PT para tentar derrubar o favoritismo de Paes são os do deputado federal Alessandro Molon – o mais votado do partido nas últimas eleições – e o do senador Lindbergh Farias, sendo que este último ainda não definiu sua posição.
Outra possibilidade, mais remota, para o PT seria uma aliança com os demais partidos da esquerda apoiando um nome de outra legenda. Nesse caso, o nome mais forte no Rio é o do deputado federal do PSOL, Chico Alencar, que tem grande capilaridade eleitoral na capital e, com o apoio do PT, seria um nome capaz de ao menos chegar ao segundo turno com chances de vencer o atual prefeito.
Os tucanos, ao menos, já trataram de demarcar posição no campo contrário a Sérgio Cabral. Em convenção realizada em 17 de abril, o deputado estadual e ex-vice-governador Luiz Paulo Corrêa da Rocha foi eleito presidente estadual do PSDB, em substituição ao prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, que, mesmo no comando do partido, apoiou a reeleição de Cabral no ano passado. Luiz Paulo defendeu a mudança: "Em 2012 teremos eleições e vamos buscar eleger o maior número possível de prefeitos para enfrentar esse processo de mexicanização da política no Rio de Janeiro".
A expulsão de Rosinha é o mais recente movimento de uma reacomodação de forças políticas que ocorre no Rio de Janeiro, motivada pelas eleições municipais do ano que vem. Com a provável ida da ex-governadora para o PR, os Garotinho estarão definitivamente livres do PMDB e novamente no comando de uma legenda para negociar alianças eleitorais. A principal delas pode ser uma surpreendente parceria com adversários históricos: o ex-prefeito Cesar Maia e família, acossados pelo recente mau desempenho nas urnas e pelo desgaste provocado no DEM pelo surgimento do PSD.
A meta principal de Cesar e Garotinho é construir uma candidatura capaz de fazer frente ao favoritismo do prefeito do Rio, Eduardo Paes, em sua tentativa de reeleição e, conseqüentemente, abalar a hegemonia de Cabral e do PMDB na política fluminense. Por isso, os dois esqueceram os últimos 15 anos de ataques mútuos e articulam uma chapa conjunta entre DEM e PR que teria seus respectivos filhos – o deputado federal Rodrigo Maia e a deputada estadual Clarissa Garotinho – como candidatos a prefeito e a vice.
Nas três últimas semanas, Rodrigo e Garotinho encontraram-se ao menos duas vezes para tratar de política. No fim de março, uma reunião mais ampla teria contado também com as presenças de Cesar, Clarissa e Rosinha. O deputado federal do DEM não esconde a tentativa de aliança: "Quem está na oposição deve procurar uma estratégia, isso é natural. Esperamos estar juntos com o PR na capital e em outros municípios. As definições deverão ocorrer no segundo semestre, mas a chapa conjunta na capital pode existir", diz Rodrigo Maia.
A aposta é alta. Nova derrota nas eleições municipais de 2012 pode relegar Cesar e Garotinho de forma definitiva a um segundo plano da política nacional. No caso do ex-prefeito, existe ainda o fantasma da desintegração do DEM, que já começa a perder para o recém-criado PSD alguns quadros importantes no Rio, como os deputados federais Arolde Oliveira e Solange Amaral. A saída mais emblemática de um demista fluminense rumo ao PSD, no entanto, foi a do ex-deputado Indio da Costa, que foi candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra (PSDB) nas últimas eleições.
Indio era considerado um candidato em potencial do DEM para enfrentar Paes, mas sua ida para o PSD embaralha novamente as cartas da sucessão municipal. Não está descartada a possibilidade de uma candidatura própria, mas tudo indica que o PSD no Rio deverá ter como objetivo engrossar a base de apoio ao governo estadual. Se isso ficar acertado, é possível que Indio seja candidato a vice na chapa de Paes: "Ainda não tomei nenhuma decisão sobre às eleições municipais", desconversa o ex-demista.
O desenho dessa reviravolta começou a ser esboçado na primeira semana de abril em São Paulo, quando o prefeito paulistano Gilberto Kassab reuniu-se com Indio e Paes, além do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, para tratar do apoio à reeleição do prefeito carioca. Essa definição, assim como no caso da aliança entre os Maia e os Garotinho, não acontecerá de forma precipitada, mas não será mais surpresa se surgir uma (até pouco tempo atrás, impensável) chapa reunindo Eduardo Paes e Indio da Costa.
Candidatura petista
Curiosamente, a aproximação entre o PSD e o PMDB em torno do projeto de reeleição de Paes já faz com que o PT comece a retomar a discussão sobre a viabilidade de uma candidatura própria à prefeitura do Rio de Janeiro. Os setores do partido mais ligados ao governo federal e à presidenta Dilma Rousseff se esforçam para manter a unidade da aliança com o PMDB, que passa pelo apoio a Paes com a indicação de um vice petista, enquanto outros setores defendem a necessidade de uma candidatura própria como forma de não enfraquecer de vez o PT na cidade.Os principais avalistas do apoio a Paes neste momento são o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, atualmente secretário da área no estado. Se optar pela candidatura própria, os nomes fortes no PT para tentar derrubar o favoritismo de Paes são os do deputado federal Alessandro Molon – o mais votado do partido nas últimas eleições – e o do senador Lindbergh Farias, sendo que este último ainda não definiu sua posição.
Outra possibilidade, mais remota, para o PT seria uma aliança com os demais partidos da esquerda apoiando um nome de outra legenda. Nesse caso, o nome mais forte no Rio é o do deputado federal do PSOL, Chico Alencar, que tem grande capilaridade eleitoral na capital e, com o apoio do PT, seria um nome capaz de ao menos chegar ao segundo turno com chances de vencer o atual prefeito.
Gabeira e PSDB
Quem também alimenta a esperança de chegar ao segundo turno com chances de vitória, ainda que não tenha assumido publicamente sua candidatura, é o ex-deputado Fernando Gabeira, do PV. Atualmente concentrado nos embates internos que o grupo mais próximo à ex-ministra Marina Silva trava com os atuais dirigentes nacionais do partido, Gabeira, no entanto, precisa reconstruir a aliança com partidos como o PSDB e o PPS, que ainda não se definiram quanto às eleições municipais.Os tucanos, ao menos, já trataram de demarcar posição no campo contrário a Sérgio Cabral. Em convenção realizada em 17 de abril, o deputado estadual e ex-vice-governador Luiz Paulo Corrêa da Rocha foi eleito presidente estadual do PSDB, em substituição ao prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, que, mesmo no comando do partido, apoiou a reeleição de Cabral no ano passado. Luiz Paulo defendeu a mudança: "Em 2012 teremos eleições e vamos buscar eleger o maior número possível de prefeitos para enfrentar esse processo de mexicanização da política no Rio de Janeiro".
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