2012
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GIULIANA VALLONE
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O ano de 2012 não deve ser fácil para as aplicações financeiras, especialmente para a Bolsa de Valores. Na toada do vai piorar antes de melhorar, especialistas ouvidos pela
Folha evitam fazer prognósticos certeiros e preferem adotar o básico: na dúvida, nossos juros ainda são os maiores do mundo e devem ser aproveitados.
Organização das contas de 2012 deve começar já
Brasil é o segundo melhor para se investir em imóvel comercial
É bom lembrar, porém, que a Bolsa está barata. Assim que ocorrer alguma melhora externa, o Brasil pode ser um dos primeiros beneficiados como em 2009, quando o Ibovespa disparou 82,66%. Mas não há garantias. Até lá, o dólar segue pressionado no Brasil.
Nessas épocas, ganha quem aproveitar ao máximo os incentivos fiscais previdência privada, fundos e papéis imobiliários (e do agronegócio) e, futuramente, infraestrutura, que também será isenta de Imposto de Renda.
Vale ainda investir em empresas de alta geração de caixa e boas pagadoras de dividendos.
Em tempo: com juros caindo novamente para um dígito, o governo Dilma Rousseff deve finalmente mexer no rendimento da poupança, que tem piso de 6,17% ao ano.
Como Dilma não é mulher de meias medidas (Lula chegou a anunciar uma complicada estrutura de IR para poupança), a expectativa é que a presidente limite sem dó esse rendimento com um percentual perto de 60% dos juros privados (CDI, taxa dos empréstimos entre bancos) e do público (taxa Selic).
Veja as dicas dos especialistas:
Fábia Mercadante/Divulgação |
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"Em 2012, invista em educação financeira. O retorno é garantido pela maior consciência do funcionamento do dinheiro em sua vida e pelas armadilhas financeiras das quais você escapará fazendo seu dinheiro render muito mais e trazendo liberdade."
Mauro Calil, consultor financeiro
Divulgação |
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"A volatilidade deve manter-se alta em 2012. Para o curto prazo, opte por produtos de renda fixa -há boas opções com títulos indexados a inflação. No longo prazo, oportunidades devem aparecer em ações e títulos corporativos."
Ricardo Mollo, professor do Insper
"Na Bolsa, eu investiria no setor bancário, porque está atrelado ao mercado doméstico, ainda que sofra influência externa. O setor teve desempenho fraco em 2011, apesar dos bons balanços financeiros. A dica são as ações do BB e do Itaú."
William Alves, analista da XP Investimentos
Divulgação |
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"2011 foi um ano de incertezas para os investimentos, e 2012 não promete ser diferente. Isso significa que a recompensa para quem assumir riscos não tende a ser generosa. Portanto, colherá bons resultados quem adotar uma estratégia conservadora e souber minimizar custos e tributos dos investimentos. A regra de ouro será ter liquidez para quando surgirem oportunidades com risco reduzido."
Gustavo Cerbasi, escritor
Divulgação |
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"Eu acho que 2012 vai ser um ano ainda complicado, com sustos vindos de fora. Então uma dica é se manter líquido até um novo mergulho do mercado e aí entrar na Bolsa. Porque como já vimos antes, o mundo não acaba."
Paulo Levy, diretor do home broker da Icap
Divulgação |
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"Em 2012, as más notícias virão da China em função dos desdobramentos do estouro das bolhas imobiliária e de crédito, além da perda de reservas cambiais, menor crescimento global e perda de competitividade de seus produtos. A simbiose entre o Brasil e a China sugere que teremos dias muito difíceis pela frente. Como sempre, nesses momentos, o dólar e os fundos cambiais são os ativos preferidos. Peso zero em Bolsa!"
Marcelo Ribeiro, estrategista da Pentágono Asset
Divulgação |
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"O investidor tem de buscar ações de setores não cíclicos e de empresas boas pagadoras de dividendos. No geral, a relação risco/retorno não é favorável para as bolsas. Na dúvida, fique com a renda fixa, mesmo com a perspectiva de juros menores."
Lika Takahashi, estrategista da Fator
Rafael Andrade/Folhapress |
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"Eu investiria em um portfólio que combine NTN-Bs (títulos do Tesouro Direto indexados à inflação), fundos multimercados e fundos de ações. Os fundos devem possuir mandato ativo, e a gestão deve ser de casas que possuam bom histórico e rigoroso controle de risco."
Ivan Guetta, sócio da GAP Asset Management
Divulgação |
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"As dicas na Bolsa são o setor de energia elétrica, pelos dividendos; setor de consumo, com destaque para o ótimo momento da Ambev; e o setor bancário, com atenção para o aumento de liquidez do Itaú Unibanco."
Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora
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"Acredito em um cenário de inflação acima do centro da meta e de continuidade no processo de redução da taxa básica de juros em 2012. Com isso em mente, a NTN-B e demais títulos indexados a inflação são boas alternativas."
Rafael Paschoarelli, professor da FEA-USP
Divulgação |
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"O investidor deve ficar atento às oportunidades que podem surgir num cenário ainda conturbado. Fundos de dividendos e de empresas com bons fundamentos e diretamente influenciadas por medidas de incentivo podem ser boas opções."
Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM
Isadora Brant/Folhapress |
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"Quem não tiver perfil de longo prazo deve evitar investimentos mais agressivos, como ações e fundos mais arriscados. Os juros devem cair ainda mais em 2012, mas é importante lembrar que a renda fixa brasileira, ainda é uma das que melhor paga no mundo."
Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos
Divulgação |
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"É claro que depende do perfil de investimento, mas o ideal é começar o ano com posição mais conservadora, aplicando mais em renda fixa. Quem tiver 100% investido em ações, é bom baixar para 80%."
Julio Araújo, vice-presidente do Bradesco
Gabo Morales/Folhapress |
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"Em razão da forte queda ocorrida na maioria das Bolsas de Valores, inclusive a brasileira, há boa chance de que o ano seja bom para as ações. No Brasil, aplicações em juros devem render taxa real na faixa de 3% a 5% ao ano, baixos para o padrão histórico do país."
Fabio Colombo, administrador de investimentos
Divulgação |
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"O cenário para 2012 será de incertezas, o que vai se refletir numa alta volatilidade nas ações. A renda fixa é o porto seguro para a maioria dos investidores, mas há uma boa chance de queda na rentabilidade. Já quem gosta de arriscar, pode considerar que as ações estão baratas e que vão subir assim que a crise passar."
William Eid Jr.
professor da FGV
"Vai piorar antes de melhorar. Em 2011, toda vez que o mercado melhorava era boa hora para vender. Agora, quando a Bolsa cair, será boa hora para comprar. Em ações, o ideal é buscar empresas com boa geração de caixa."
Paulo Corchaki, diretor de Gestão de Recursos do Itaú
Carlos Della Rocca/Divulgação |
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"Essa é uma pergunta difícil de responder, porque devemos levar outros fatores em consideração, como prazos e apetite ao risco. Mas eu acho que os fundos de renda fixa com crédito privado na carteira são interessantes sob vários aspectos. A taxa de juros no Brasil pode até deixar de cair neste ano, mas, no longo prazo, a tendência é de redução. E esses fundos podem se beneficiar."
Eduardo Castro, diretor do Santander Asset Management
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"No primeiro trimestre, as coisas vão começar a melhorar nos EUA. No Brasil, medidas vão ser tomadas para que se reverta o crédito, entre elas o corte nos juros. Para quem quer começar o ano investindo, já é melhor começar em operação prefixada porque os juros vão cair e, provavelmente, vão ficar em um patamar mais baixo. A partir do segundo semestre, como consequência disso tudo, vai começar a melhorar o mercado de risco. As ações estão subvalorizadas e está todo mundo olhando o Brasil com outros olhos. Podemos ter um ano positivo nos mercados, mas poderá ter uma piora no início do ano."
Jason Vieira, economista da Apregoa.com e Banco Cruzeiro do Sul
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"O primeiro trimestre de 2012 vai se comportar exatamente como o último trimestre de 2011, acompanhando o noticiário de Europa. Para quem almeja investimento de longo prazo, pode ser um bom momento para entrar na Bolsa com um preço razoável. No curto prazo, esse ajuste ainda é muito caro. Se essa crise ficar só nos governos e não contagiar a economia privada, a confiança pode ser retomada. Mais do que sanear a área fiscal dos países da zona do euro, é importante que a região volte a ter crescimento. Disso depende o preço das commodities, que é o alicerce de crescimento dos de mercados emergentes como o Brasil."
Andre Mello, analista da corretora TOV
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